sábado, 22 de agosto de 2009

O Brasil é um país surreal

O jurista Dalmo Dallari acusa Gilmar Mendes de ter criado um "surrealismo jurídico", referindo-se às peripécias procrastinatórias do Presidente do Supremo Tribunal Federal no que concerne a Cesare Battisti. Não se precisa de toga nem de "capangas no Mato Grosso" (Ministro Joaquim Barbosa) para concluir que o Brasil é um país surreal.

Em 1985, aos sete anos, quando morava na Rua Paulo Brandão, em Belo Horizonte, enterrei o Presidente Tancredo Neves, que seu vice Sarney mandara matar no Hospital de Base, em Brasília. E nunca esqueci as "malufetes"...

Em 89, com 11, era suficientemente maduro para acompanhar o processo eleitoral; enquanto minha mãe, servidora do TRE-MG, fazia títulos de eleitor sem parar na Praça Sete. Mais inteligente que a média porque lia mais que a média, acompanhava a campanha na televisão com o fascínio de quem passaria 12 anos trabalhando com esse "convite de aranha, de sereia" (MMMG).

Alguém que, àquela época, já era vivo e esperto o suficiente para se dar conta do mundo a seu redor não pode conceber o cenário político atual, senão sob efeito de LSD. Lula defende Sarney, seu cão de guarda e ataque é Collor, e sua guarda pessoal tem Renan Calheiros, Romero Jucá e Gim Argello, os três mosqueteiros "do mal" (W. Bush).

Sarney resiste na Presidência do Senado Federal e do Congresso Nacional, "com a força inquebrantável daqueles que têm fé" (MMMG), enquanto é massacrado pelos meios de comunicação, com a divulgação de escândalos sucessivos, há meses. Collor, "babá do PAC", dá medo só de olhar. Quando fala difícil, ambiciona-se membro da ABL; que nem Sarney, seu antecessor na Presidência da República.

O personagem Lula se tornou maior que o político. Agora, o personagem engole o homem.

Marina Silva no PV. O PSDB agradece. Resta saber quem será o Cavaleiro do Apocalipse. Eu aposto em José Serra.

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