domingo, 8 de fevereiro de 2009

8 de fevereiro de 2009

"O que tem que ser, tem força!" - Tino Motta

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Novo acordo ortográfico

O novo acordo ortográfico entre os países lusófonos é um importante marco para as relações internacionais. Em vigor desde 1º de janeiro de 2009, trata-se de uma tentativa de conferir maior unidade ortográfica ao português, idioma oficial das oito nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Afinal, essa unidade ortográfica pode facilitar as relações comerciais entre membros da CPLP e com outros blocos.

Sabe-se que, devido à diversidade cultural e étnica entre os países lusófonos, o português falado apresenta variações que, ao invés de unir seus falantes, os separam. Tal qual o inglês separa britânicos e estadunidenses. Espera-se que, mesmo restrito à ortografia, o novo acordo promova uma maior unidade lingüística à “última flor do Lácio”.

Afinal, a aquisição de uma maior unidade lingüística pode estimular o multilateralismo na política externa e fortalecer as nações que integram a CPLP. Assim, o bloco poderia defender e atingir mais interesses comuns. Sabe-se, também, que o novo acordo ortográfico pode facilitar o ingresso do Brasil, país mais extenso e populoso da CPLP, como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Há algo de novo na língua de Camões, Pessoa, Machado e Drummond. Para além da mera supressão de letras e acentos, trata-se de uma aposta no futuro. A tentativa de reconhecer a importância dessa reforma ortográfica atrelada tão-somente ao presente pode ser tão inglória quanto a paráfrase “reformar é preciso, viver não é preciso”. Quanto ao presente, esqueça-se o trema.

Fim do ciclo

Fecha-se mais um ciclo.

Amanhã, dia 8 de fevereiro, quando eu me sentar naquela sala 68, todos os meus ancestrais, cuja essência está contida nas cadeias helicoidais do meu DNA, terão consciência de que seu legado foi honrado.

E o bicho vai pegar!

How to prepare for the crisis

According to Chinese astrology, 2008 was the year of the brown rat: a time of expected and great changes. Some of them became quite remarkable when the crippling American real estate started to capitulate, as well as the greed-is-good mantra of the free-trade in which it was inspired. But, currently, how to prepare for the crisis?

In fact, the undergoing financial and economic crisis already seems so yesterday, and still one may claim neither heads of States nor the average citizens are aware of how to tackle the current issues. The more news on the crisis is massively broadcast, the fewer reasonable alternatives seem feasible. Therefore, no one is able to predict what will come next in this crisis of capitalism.

Undoubtedly, the nationalisation of the banking system in virtually the entire Western industrialised world and those millons of unemployed citizens worldwide are at the core of the current crisis. Even if one has a job now, no one is able to predict for how long. It is a time of unpredictable, great changes, which demand new paradigms to cope with them.

As the world started to dramatically change in 2008, like expected by Chinese astrology, what may one do in order to survive the current crisis? Since no one has conceived such paradigms so far, a believe would suggest praying for now.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A identidade e a poesia: uma digressão modernista?

Aprendi a respeitar o inusitado. Há pouco mais de dois meses, dia de concurso público, me deparei com uma identidade funcional perdida nas proximidades da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Não tive dúvidas: decidi resguardá-la. A princípio, pensei em entregá-la a meu cunhado, aluno de Elétrica; mas a identidade acabou esquecida no porta-luvas do carro, desde 23 de novembro.

No domingo passado, a uma semana do dia mais importante da minha vida, minha tentativa tardia de localizar o professor que perdera sua identidade funcional deu certo. Agradeçamos ao Google. No e-mail do professor, li: "agradeço pela sua atenção, rara nos dias de hoje".

Ontem a identidade foi devolvida. O professor e eu moramos no mesmo bairro da Cidade Modernista. Na caixa de correio dele, além da identidade, um livro de poesia, com a seguinte dedicatória: "Bem que meu editor disse que o poeta é um sujeito diferente."

Nada mais teleológico do que o inusitado, pelo menos na minha vida. Afinal, eu sou o cara que editou 500 livros e não lançou a obra. Nem está preocupado em fazê-lo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dois anos de subversão e resistência

Em pleno Carnaval, "Outro náufrago da utopia" completa dois anos de subversão e resistência.

- Resistência a quê, porra?

- Resistência ao status quo!

- O cara quer se tornar barnabé, burocrata, e vem falar de resistência ao status quo. Piada.

- Burocrata é o caralho. Tecnocrata.

- Vai se foder!

- Vai você.

SETEMBRO

A Lêdo Ivo, imortal

Eu jurei à morte me calar
mesmo sabendo que jurar é pecado
como ensinou minha mãe

Eu prometi, então, à morte me calar
e só assistir a tudo em silêncio
soturno, canhestro
puro/impuro
interdito do medo
que é o pior
e o melhor de mim

Eu quis à morte me calar
a jurar à morte, com os olhos, enfim, por paz

Eu não quis mais esse eu apodrecido:
meus pulmões oxidados
meus rins obsessivos
meus olhos cansados de olhar por trinta anos
e, ainda assim, não enxergar nada

Eu quis esquecer e nunca mais escrever
a verve que pulsa incandescente
sob a razão que envilece
e o amor que liberta

Eu aprendi as regras e as exceções do uso da crase
antes de ter certeza dos fins e das finalidades
dos princípios e dos meios da poesia e da vida

Fio de Ariadne

O mundo como o conhecemos está por um fio. A atual crise financeira e econômica, depois de iniciar-se no mercado imobiliário estadunidense, coloca em xeque princípios basilares do neoliberalismo, como a não-intervenção do Estado nos mercados. No entanto, teria a crise mundial decretado o fim do Estado do bem-estar social?

Sabe-se que a nacionalização do sistema bancário e a ajuda bilionária de Estados nacionais para evitar a falência de grandes empresas engendram um interstício na agenda neoliberal. Assim, novas políticas públicas, alternativas ao neoliberalismo, podem ser promovidas se houver vontade política.

No Brasil, por exemplo, políticas de inclusão social e distribuição de renda têm diminuído a desigualdade histórica entre os mais ricos e os mais pobres. O que explica, em parte, os atuais índices de aprovação do Presidente Lula.

Na verdade, transformar em política pública qualquer demanda legítima depende, sobretudo, de vontade política. E é essa vontade política que pode garantir a sobrevivência à crise mundial. E, talvez, políticas centradas na promoção do bem-estar social representem o "fio de Ariadne" para fora desse "labirinto".