segunda-feira, 29 de junho de 2009

Meu pecado

Flávio Schettini é meu parceiro em três composições. "Meu pecado" é a mais recente delas.

Há uma semana, a gente resolveu registrá-la com dois notebooks, quatro celulares e uma câmera digital. Como ninguém tem um software de edição nem tempo para editar o material, resolvi publicar o bruto mesmo.


Google Analytics e Michael Jackson

Quando tenho disponibilidade, verifico o Google Analytics diariamente. Mesmo que meu negócio na Internet não seja mercadológico, presto atenção à origem do visitante e sobretudo às palavras-chave que digitam no Google, e o mecanismo do site de busca direciona a Outro Náufrago da Utopia.

Ontem passei parte da manhã e, também, da tarde tentando garantir uma vaga no Serviço Público. Enquanto eu pensava e preenchia bolinhas, provavelmente, alguém digitou isto no Google, como verifiquei agora há pouco:

"a imagem da eutopiça morte de michael jackson".

Tudo bem, na sexta teve um "maicon jackson" - que pode explicar por quê há um Maicon e uma Maicon na Seleção Brasileira masculina e feminina, respectivamente.

Mas frase "a imagem da eutopiça morte de michael jackson" me fez pensar. O que essa pessoa quis dizer com "eutopiça"?

Alguém tem um palpite?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson morreu!

Estes versos do rastaman Gilberto Gil, a partir de um muro pichado, tornam-se cada vez mais reflexivos.

"Bob Marley morreu
Porque além de negro era judeu
Michael Jackson ainda resiste
Porque além de branco ficou triste" - Gilberto Gil

It is a good day to die, Michael...

Argentinos...

Tem brasileiro que ama Buenos Aires, principalmente quando o câmbio favorece viagens à Argentina. Eu reduzo a Argentina e os argentinos a Che Guevara, o menos argentino dos "hermanos".

Afinal, não é de hoje que todo mundo sabe que, para argentino, brasileiro é "macaquito". E ponto final.

Um dia, na Praça Benedito Calixto, em São Paulo, conheci uns argentinos que faziam Mestrado em Medicina. Um deles disse que argentinos odiavam amar brasileiros e brasileiros amavam odiar argentinos.

Motivos para odiar os argentinos é o que não falta. A prova mais recente foi o comentário do jogador argentino Maxi López, do Grêmio, ao perder para o Cruzeiro no Mineirão, ontem à noite, pela Libertadores.

Adivinha de que o argentino chamou o jogador Elicarlos, negro. Chamou de "macaco", claro; como era de se esperar de um argentino. Acho que a defesa do jogador, ao ser interrogado por Delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, fundamentada em uma suposta limitação dele com o português, inviabiliza-se etimologicamente. Afinal, sabe o que significa macaco em espanhol? Macaco, ora bolas. Ou "mono", como alegado.

E agora, por que não colocaram esse argentino na cadeia? Racismo no Brasil não é inafiançável?

Maxi Lopes, vai tomar no cu! De preferência numa cela com presidiários cruzeirenses afrodescendentes.

Para quem quiser, um artigo do argentino Clarín.

10:00 Maxi López estuvo demorado por un comentario racista

"Me llamó macaco", denunció Elicarlos, jugador del Cruzeiro, tras la victoria de anoche sobre Gremio por 3-1 en el partido de ida por las semifinales de la Copa Libertadores. El ex River declaró y recuperó la libertad.

El delantero argentino de Gremio, "Maxi" López, fue demorado en una comisaría, y luego recuperó su libertad tras declarar, acusado de "agresión verbal de corte racista" por el jugador Elicarlos en el partido que Cruzeiro le ganó anoche por 3 a 1 al conjunto de Belo Horizonte por la primera semifinal de la Copa Libertadores de América.

"Maxi López me llamó macaco", declaró Elicarlos tras la victoria de Cruzeiro en Belo Horizonte, y luego denunció el hecho ante la policía, según publicó hoy el diario Lancenet. El presidente de Cruzeiro, Zezé Parrella, salió en defensa de su jugador y dijo que el argentino debería ir preso.

Durante el partido, Elicarlos, que es negro, y López, ex jugador de River, Barcelona, Mallorca y FC Moscú tuvieron una fuerte discusión en el campo de juego durante la primera mitad del encuentro jugado en el estadio Mineirao, con otros jugadores del Cruzeiro participando en el incidente. Este hecho no fue atendido por el árbitro, que siguió el encuentro que en ese momento se desarrollaba en la mitad del campo.

La televisión brasileña mostró más tarde imágenes de López, del entrenador de Gremio, Paulo Autuori, y de otros jugadores del equipo abandonando el micro que los transportaba para ir a declarar en una dependencia policial que está dentro del estadio, antes de retirarse a su hotel.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Gilmar Mendes dá uma dentro

Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, comparou ontem a profissão de jornalista a de cozinheiro. "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores".

"Quando uma noticia não é verídica, ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia. Nesse sentido, por não implicar tais riscos, não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão", disse.

Trocando em miúdos, o STF acabou com a obrigatoriedade da exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista. É o fim dos "urubus de diploma": coitados dos analfabetos estruturais formados no IESB...

O fim de Sarney

Foto: Christophe Scianni

José Sarney já foi Presidente da República. Antes, tinha sido Governador do Maranhão, na Ditadura Militar. Governador biônico, indicado por ditadores. Por isso, tem as mãos sujas com o sangue daqueles que foram executados pelo regime de exceção; do qual foi colaborador.

Eleito senador pelo Estado do Amapá ad infinitum, graças ao poder econômico e, sobretudo, ao analfabetismo político, Sarney foi alçado pela terceira vez à Presidência do Senado, em mais uma negociata escusa: artifício típico da politicagem à brasileira.

Qualquer imbecil que tenha assistido a telejornais nos últimos meses já deveria ter antevisto o fim da carreira política do atual Presidente do Senado.

O maior idiota de todos a defender os crimes praticados, no mínimo, com a conivência de Sarney é o Presidente Lula, o piadista. Depois de defender a reeleição "democrática" de Mahmoud Ahmadinejad, posicionando-se contrariamente ao povo oprimido do Irã, que votou em Mir Hussein Musavi, e agora se torna alvo de disparos de AK-47 em Teerã, Lula parte em defesa de Sarney.

"Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias porque ele não tem fim e depois não acontece nada", afirmou o Presidente Lula em entrevista à BBC, no Cazaquistão. Para Lula, Sarney "tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".

Metalúrgico e dirigente sindical perseguido pela Ditadura Militar por lutar pelo direito de greve no ABC paulista, Lula defendia a democracia, e subiu em palanques pelas Diretas Já, no começo da década de 1980. Fernando Henrique Cardoso, a personificação do rei-filósofo de Platão, também. Hoje, parece que Lula, assim como o fez FHC, deveria pedir que esqueçamos o que ele disse.

Diante da verdade efetiva dos fatos, só posso defender o fim do voto obrigatório. Mas, como não há vontade política para que o poder legiferante acabe com essa babaquice, que permite a eleição de crápulas como os três aqui nominados, só nos resta defender o voto nulo.

Vote nulo: não mande seu lixo para Brasília!




Arte: Jorge Barretto (in memorian)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A mosca de Obama

Ontem, em entrevista concedida à emissora CNBC, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou que sabe mesmo explorar sua imagem. Matou, ao vivo, uma mosca persistente que o atormentava, e pediu ao cinegrafista que registrasse o cadáver do inseto, que jazia no carpete.

Agora só falta fechar a base militar de Guantánamo, em Cuba; retirar as tropas do Iraque; recrudescer a guerra contra o terror no Afeganistão, localizar Osama bin Laden no Paquistão (ou não); proteger a Coreia do Sul de seu vizinho do Norte, comunista; e persuadir o Governo de Israel a aceitar a criação de um Estado Palestino. Sem falar nos problemas domésticos advindos da crise econômica e financeira criada na Era Bush, herdados por Obama.

É, Gafanhoto, considerando-se seus desafios, matar uma mosca ao vivo e de primeira, como se diz, é "peixe pequeno"...


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vila Rica









Fotos: Marcelo Grossi

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Seminare semen

Gosto do Drummond. Memórias antigas atestam minha admiração pelo maior poeta mineiro, que remonta à década de 80. Lembro de uma crônica do Drummond, publicada em um volume da série Para Gostar de Ler, da Editora Ática, que li quando tinha 9 ou 10 anos, que falava sobre sua espera pelo jornal, que chegava a Itabira invariavelmente atrasado, vindo do Rio.

Gosto do Drummond com aquela cumplicidade que caracteriza a parentela, sobretudo a que não é consaguínea: eufórica mas comedida. Meu irmão Davi Drummond, o amado, corrobora meu discurso. Se não corre em minhas veias o sangue dos Ond'Alta, a herança que me foi legada por meu primeiro pai cultural, o pianista Waldir Ferreira Drummond, nada teve de indelével.

Gosto do Drummond com aquela inveja cosmogônica que, para além de estabelecer campos de possibilidades que determinam o real, carateriza a admiração de quem contempla alguém tremendamente maior e melhor, tanto em experiência quanto em técnica. A gente, a vida inteira, aprende com os outros...

Gosto do Drummond, e memórias de inspiração drummondiana estão no cerne do que eu sou e do que serei. Tem uma poesia em que ele, ao se lembrar de sua infância na fazenda de seu pai, refere-se a Robinson Crusoé. E o poeta pondera, com seu lirismo à mineira - se não era minério de ferro, era aço -, que sua história era mais bonita que a de Crusoé.

Gosto do Drummond, e o Dia dos Namorados também evoca inspirações drummondianas. A imprensa divulga , hoje, que se casaram italianos na sacada onde Romeu e Julieta juraram amor eterno. E, agora, desperto para o fato de que minha história de amor com a Maria Rosa é muito mais bonita que a de Romeu e Julieta...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

São Paulo versus Telefônica

Paulistas, paulistanos e afins, é chegada a hora de sair da Sibéria.

Troquem a "Telemierda" pela NET, ou continuem no caos: sem sinal nem Internet.

Afinal, vocês merecem...

PS - Alguém aí quer o telefone da Assessoria de Imprensa da ANATEL?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Alteração semântica


Talvez ninguém tenha percebido, mas houve uma alteração semântica em minha descrição no Auto-retrato. Substituí "infelizmente" por "FELIZMENTE", graças a mais uma intervenção da minha mãe, que fez umas ponderações justas, como de costume, dessa vez para tentar incutir em mim a noção de que deveria ficar feliz por ter tempo livre e poder dedicá-lo à aprovação em concursos públicos.

Ela tinha razão. E eu concordei com a justa alteração semântica...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

100ª postagem

Depois de pouco mais de dois anos, a 100ª postagem n'Outro Náufrago da Utopia. Recorri, então, ao Baú do Grossi para uma bem-vinda retrospectiva.

Em fevereiro de 2007, imediatamente depois de ter lido o livro Náufrago da Utopia, do jornalista Celso Lungaretti, ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), segui a recomendação da minha mulher e desapropriei um espaço virtual para canalizar minha loucura. Começamos com uma homenagem a Eremias Delizoicov, também militante da VPR, assassinado pela Ditadura Militar aos 18 anos, com 35 tiros.

Algumas poesias do Drummond. Algumas minhas. E muita catarse, principalmente a partir de novembro do ano passado, quando as postagens se tornaram cada vez mais frequentes.

Foram 13 postagens em 2007; 18 em 2008. Já há 61 postagens em 2009. Essa é a 62ª nesse ano. Faça as contas. 13 + 18 + 62 = 93. Como é que essa pode ser a 100ª postagem?

Eu não sei. Mas é isto que diz o Painel:

100 postagens, última publicação em 03/06/2009

Vai entender...

Quando quiser, leitor, recorra, também, ao Baú do Grossi. Como diz meu amigo Strep, é "di grátis"...

terça-feira, 2 de junho de 2009

O último voo para Paris

Com o novo acordo ortográfico, em vigor desde 1º de janeiro de 2009, pensava que não haveria catástrofe maior do que escrever "voo", sem acento circunflexo.

Mas ontem de manhã, depois de nadar 2000 metros, voltei para casa e fui surpreendido pela notícia do desaparecimento do voo 447, da Air France, do Rio a Paris. Maldito torcicolo cultural, eu poderia ter pensado. A França e a Europa que se fodam, junto com todos que lá estão ou estiveram...

Afinal, minha inspiração hobbesiana insiste em perceber o voo como coisa de ave. E contingências materiais não permitem, de jeito nenhum, que eu faça uma viagem de avião para além de Beagá.

Eu que não quero saber nem de franceses nem de europeus, ou de brasileiros que sofrem de torcicolo cultural.

Viva Ariano Suassuna!