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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Marcha da Maconha em Brasília

Foto: Sinclair Maia

No dia 9 de maio de 2009, realizou-se em Brasília a Marcha da Maconha. Apesar do contrassenso, do ponto de vista semântico, de se marchar em defesa da maconha - já que marchar não é coisa de doidão -, centenas de cidadãos se reuniram na Catedral Metropolitana de Brasília. Tudo sob a proteção da Polícia Militar do Distrito Federal, que assistiu ao movimento e, ainda, parou o trânsito da Esplanada dos Ministérios, destinando duas faixas aos maconheiros e afins.

Foto: Sinclair Maia

Ei, Polícia, maconha é uma delícia

Entre as frases de efeito gritadas pelos manifestantes, algumas se dirigiam aos agentes do Estado. No entanto, as melhores frases de efeito na Marcha da Maconha foram proferidas no Rio de Janeiro, pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. “Hoje a guerra das drogas mata mais do que a overdose. Só a hipocrisia não vê isso. Não é porque eu sou ministro que ia deixar de fazer o que eu acredito. Grande parte da violência que nós sofremos é por causa do tráfico. Usuário não pode ser tratado como criminoso”, disse Minc.

Depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (THC) quase defendeu a maconha, eis que, para surpresa geral, descobrimos um "ministro do dedo amarelo". E dedo-duro. Afinal, Minc disse que outros seis Ministros de Estado do Governo Lula também defendem a erva.

Minc, bote um!

Foto: Sinclair Maia

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

17 de dezembro

Há exatos 15 anos, mudei de Beagá para Brasília. Com toda certeza, como em qualquer rito de passagem, o que eu sou hoje é uma articulação entre o que eu era até então e o que construí de lá pra cá.

Devo a Brasília metade da minha história de vida: 15 anos. A outra, a Belo Horizonte.

17 de dezembro de 2008: 15 anos de Cidade Modernista.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O legado grego


Os gregos inventaram o conceito. Os jogos olímpicos, a filosofia e o teatro também. Na Antigüidade, as prostitutas gregas, talvez por saber que a propaganda era a alma do negócio, desenvolveram uma das mais antigas campanhas publicitárias de que se tem notícia: ΑΚΟΛΟΥΘΙ, o "Segue-me" que as solas de suas sandálias imprimiam no chão, facilitando a vida de fornecedoras e consumidores do serviço.

Grécias em chamas

Há cinco dias, jovens gregos insurgiram-se contra o status quo e têm enfrentado a Polícia nas ruas depois que um integrante de uma tropa de elite matou um estudante. O policial assassino foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e seu parceiro como cúmplice. Em outros países da Europa, em representações diplomáticas gregas, também aconteceram atos de repúdio ao assassinato cometido em nome do Estado grego. Agora, os manifestantes querem a renúncia do Primeiro-Ministro.

Brasil: o país do futebol

No Brasil, há três dias acabou o campeonato brasileiro de futebol. Meu time ficou em terceiro lugar. O jogo decisivo do campeonato por pontos corridos mais disputado a que assisti - tenho 30 anos - aconteceu entre o São Paulo e o Goiás, no recém-inaugurado estádio do Gama, que fica na região administrativa homônima, aqui em Brasília. Alguns dias antes do jogo, quando um colega, em sala de aula, comentou que o ingresso custaria 400 reais, quase um salário-mínimo, fui descobrir na Internet o porquê. Não era coisa do governador Arruda, afinal, e sim da diretoria do Goiás. Obviamente, não tinha razões nem recursos para ir ao jogo e não fui.

Acontece que, numa fatalidade daquelas em que só quem usa uma arma de fogo pode incorrer, um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) deu uma coronhada na nuca de um torcedor são-paulino. O agente do Estado, no exercício de suas funções, com o dedo no gatilho e o cão armado, baleou na cabeça o torcedor que viajara de São Paulo a Brasília e pagara o ingresso exorbitante para assistir ao jogo decisivo. Agora, ele está em estado gravíssimo no Hospital de Base, onde mataram o Tancredo Neves em 1985. Deus o livre, coitado!

Fire in the hole!

Enquanto o torcedor corre risco de morte no maior hospital público do DF, em que pacientes quase sempre agonizam por horas à espera de tratamento, a advogada do policial militar já conseguiu a liberdade provisória de seu cliente. O sargento, que em 20 anos de carreira policial militar fez quatro cursos de aperfeiçoamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PMDF - o que, presumivelmente, lhe dá ainda mais credibilidade para a consecução de suas atividades policiais - desenvolve agora apenas funções administrativas no quartel.

A televisão transmitiu a tragédia, claro. No ápice da encenação, o governador Arruda sublimou o acontecido. Ele quer é Brasília como sede da Copa do Mundo de 2014.


Nós, brasileiros de qualquer lugar, ainda temos muito o que aprender com os gregos sobre a democracia e sobre nós mesmos.