quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Adeus, Frida!

A partir de abril de 2000, você conheceu muitas pessoas e muitos lugares, Frida. Em Brasília, moramos na Asa Norte, no Guará, no Lago Norte, na Octogonal, em Sobradinho. Também em São Paulo e Passa Quatro, no Sul de Minas.

Casei em 2001 e, mais uma vez, em 2008. Os casamentos sucumbiram. Você resistiu, Frida.

Aliás, no inverno de 2000, foi graças a você que conheci a vizinha que um dia se tornaria minha segunda mulher. E, anos mais tarde, a maior decepção da minha vida. Até agora.

A vida e suas cicatrizes, Frida.

Foram duas hemilaminectomias, procedimento cirúrgico que visa à descompressão da medula espinhal em cães com hérnia de disco. A primeira delas em 2005. A segunda em 2008.

Em 2010, mastectomia radical e castração no primeiro semestre. No segundo, o diagnóstico do diabetes. Mais de dois anos sobrevivendo à doença, com sobressaltos.

Sua primeira crise hipoglicêmica, em 2011, aconteceu em Passa Quatro. Mesmo sem assistência veterinária, você sobreviveu. Consegui reverter a segunda, em Brasília, quando cheguei para dar seu almoço e você estava em estágio pré-convulsivo.

Ontem (22) foi a terceira hipo. Parcialmente surda e cega, às vésperas de completar 13 anos, sabia que suas chances dali pra frente eram inversamente proporcionais àquele sofrimento todo, minha filha.

Minha primeira filha...

Em 2010, quando a vizinha que se tornou minha mulher estava grávida, você "cuidou" dela. Lembro de você seguindo a moça pela casa o tempo todo, Fridinha. Quando ela fechava a porta do banheiro, você deitava a cabeça sobre suas patinhas posteriores e esperava.

Quando finalmente Valentina saiu da maternidade, no final de outubro de 2010, assim que entramos em casa, fui apresentá-la a você. Sabia que reconheceria o lugar dela e respeitaria a importância do mais novo membro da nossa "matilha".

Em dezembro, época da confirmação do diabetes, com minha pouca fé, desejei no meu íntimo que sua sobrevida fosse longa o suficiente para que Valentina se lembrasse de você, Frida.

Há duas semanas, lá em casa, ela viu que você tinha feito cocô na cozinha e disse:

- Papai, a Frida tá viajando...

Obrigado por tudo, Fridinha. Eu fiz o meu melhor por todo o tempo que pude.

Descanse em paz!

Um comentário:

Beatriz disse...

querido, eu sei o q é perder um ser amado....força!!