sexta-feira, 12 de junho de 2009

Seminare semen

Gosto do Drummond. Memórias antigas atestam minha admiração pelo maior poeta mineiro, que remonta à década de 80. Lembro de uma crônica do Drummond, publicada em um volume da série Para Gostar de Ler, da Editora Ática, que li quando tinha 9 ou 10 anos, que falava sobre sua espera pelo jornal, que chegava a Itabira invariavelmente atrasado, vindo do Rio.

Gosto do Drummond com aquela cumplicidade que caracteriza a parentela, sobretudo a que não é consaguínea: eufórica mas comedida. Meu irmão Davi Drummond, o amado, corrobora meu discurso. Se não corre em minhas veias o sangue dos Ond'Alta, a herança que me foi legada por meu primeiro pai cultural, o pianista Waldir Ferreira Drummond, nada teve de indelével.

Gosto do Drummond com aquela inveja cosmogônica que, para além de estabelecer campos de possibilidades que determinam o real, carateriza a admiração de quem contempla alguém tremendamente maior e melhor, tanto em experiência quanto em técnica. A gente, a vida inteira, aprende com os outros...

Gosto do Drummond, e memórias de inspiração drummondiana estão no cerne do que eu sou e do que serei. Tem uma poesia em que ele, ao se lembrar de sua infância na fazenda de seu pai, refere-se a Robinson Crusoé. E o poeta pondera, com seu lirismo à mineira - se não era minério de ferro, era aço -, que sua história era mais bonita que a de Crusoé.

Gosto do Drummond, e o Dia dos Namorados também evoca inspirações drummondianas. A imprensa divulga , hoje, que se casaram italianos na sacada onde Romeu e Julieta juraram amor eterno. E, agora, desperto para o fato de que minha história de amor com a Maria Rosa é muito mais bonita que a de Romeu e Julieta...

Um comentário:

Unknown disse...

Muito mais bonita, né Pretinho? Afinal, ainda estamos vivos para continuar curtindo!