quinta-feira, 18 de junho de 2009

O fim de Sarney

Foto: Christophe Scianni

José Sarney já foi Presidente da República. Antes, tinha sido Governador do Maranhão, na Ditadura Militar. Governador biônico, indicado por ditadores. Por isso, tem as mãos sujas com o sangue daqueles que foram executados pelo regime de exceção; do qual foi colaborador.

Eleito senador pelo Estado do Amapá ad infinitum, graças ao poder econômico e, sobretudo, ao analfabetismo político, Sarney foi alçado pela terceira vez à Presidência do Senado, em mais uma negociata escusa: artifício típico da politicagem à brasileira.

Qualquer imbecil que tenha assistido a telejornais nos últimos meses já deveria ter antevisto o fim da carreira política do atual Presidente do Senado.

O maior idiota de todos a defender os crimes praticados, no mínimo, com a conivência de Sarney é o Presidente Lula, o piadista. Depois de defender a reeleição "democrática" de Mahmoud Ahmadinejad, posicionando-se contrariamente ao povo oprimido do Irã, que votou em Mir Hussein Musavi, e agora se torna alvo de disparos de AK-47 em Teerã, Lula parte em defesa de Sarney.

"Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias porque ele não tem fim e depois não acontece nada", afirmou o Presidente Lula em entrevista à BBC, no Cazaquistão. Para Lula, Sarney "tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".

Metalúrgico e dirigente sindical perseguido pela Ditadura Militar por lutar pelo direito de greve no ABC paulista, Lula defendia a democracia, e subiu em palanques pelas Diretas Já, no começo da década de 1980. Fernando Henrique Cardoso, a personificação do rei-filósofo de Platão, também. Hoje, parece que Lula, assim como o fez FHC, deveria pedir que esqueçamos o que ele disse.

Diante da verdade efetiva dos fatos, só posso defender o fim do voto obrigatório. Mas, como não há vontade política para que o poder legiferante acabe com essa babaquice, que permite a eleição de crápulas como os três aqui nominados, só nos resta defender o voto nulo.

Vote nulo: não mande seu lixo para Brasília!




Arte: Jorge Barretto (in memorian)

Um comentário:

Unknown disse...

cara, gostei muito do teu texto. muito mesmo. mas discordo de vc com esse papo de voto nulo. sou contra o voto nulo simplesmente por acreditar que o voto e nosso instrumento mais poderoso de manifestacao. votar nulo e desistir, na minha opiniao.

e antes de tudo, apolitico nao e uma das coisas que eu sou.