quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A identidade e a poesia: uma digressão modernista?

Aprendi a respeitar o inusitado. Há pouco mais de dois meses, dia de concurso público, me deparei com uma identidade funcional perdida nas proximidades da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Não tive dúvidas: decidi resguardá-la. A princípio, pensei em entregá-la a meu cunhado, aluno de Elétrica; mas a identidade acabou esquecida no porta-luvas do carro, desde 23 de novembro.

No domingo passado, a uma semana do dia mais importante da minha vida, minha tentativa tardia de localizar o professor que perdera sua identidade funcional deu certo. Agradeçamos ao Google. No e-mail do professor, li: "agradeço pela sua atenção, rara nos dias de hoje".

Ontem a identidade foi devolvida. O professor e eu moramos no mesmo bairro da Cidade Modernista. Na caixa de correio dele, além da identidade, um livro de poesia, com a seguinte dedicatória: "Bem que meu editor disse que o poeta é um sujeito diferente."

Nada mais teleológico do que o inusitado, pelo menos na minha vida. Afinal, eu sou o cara que editou 500 livros e não lançou a obra. Nem está preocupado em fazê-lo.

2 comentários:

Erica Abe disse...

Ai que lindo isso!
Adorei!
E vamo que vamo!
É nóis, amigo, é nóis!

Marcelo Grossi disse...

É isso aí: "o que tem que ser, tem força!"