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terça-feira, 4 de agosto de 2009

De Collor para Simon

"Esta Casa não pode e não haverá de se agachar ao interesse da mídia, que deblatera, como o senhor deblatera, parlapatão que é. Ela não conseguirá retirar o presidente Sarney desta cadeira", esbravejou o senador Fernando Collor de Mello, bufando, contra o colega Pedro Simon.

É a "tropa de choque" do Presidente da Casa, Don José Sarney, chefe da famiglia. Em ação, fazendo cara de probo e falando difícil, Collor até parece que não é o único Presidente da República cassado por impeachment.

Mais uma piada do Senado Federal.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Fim do Senado Federal?

"O Senado tem maioridade para resolver o seu problema". Foi o que disse ontem o Presidente Lula, na Paraíba. E não defendeu Sarney.

Se não fosse a desmobilização popular, herança da ditadura à brasileira, o Senado Federal já tinha sido fechado. Mas, como o eleitor brasileiro vota em políticos que refletem sua moral e seu caráter, o respaldo dos cidadãos que não se importam e apenas votam - os analfabetos políticos - perpetua e legitima o sinistro jogo político brasileiro.

Democracia? Sim, obrigado. Mas obrigatoriedade do voto não rima com democracia consolidada. Não vejo outra saída para livrar o país de políticos como Sarney e afins que não o fim do voto obrigatório...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A um aceno da cabeça

José Sarney, Presidente do Senado Federal, soçobra. No âmbito de investigações levadas a cabo pela Polícia Federal, sua neta Maria Beatriz Sarney aparece em negociata escusa com o pai, Fernando Sarney, investigado pela PF, em conversas grampeadas com autorização judicial. É 1º de abril de 2008: Bia quer a nomeação do namorado, Henrique Dias Bernardes, a cargo comissionado na casa (que nem era à época) presidida pelo Vovô Sarney, na "vaga que era do irmão".

Tempestade em copo d'água, claro, já que se trata de cargo de livre nomeação e exoneração (ad nutum). Mas a dimensão simbólica de mais esse "ato secreto" torna ainda mais canhestra e insustentável a situação do Presidente do Senado. O critério efetivo para essa nomeação é indiscutível: namorar a neta de Don Sarney, o chefe da famiglia. Que mal há nisso?

Se o clã Sarney consegue transformar dinheiro em votos no Amapá e no Maranhão há décadas, por que não haveriam eles de lidar, também, com a coisa pública como se privada fosse? E o que se faz na privada é julgamento de conveniência e oportunidade de cada um, ora bolas.

Nem Sêneca livra mais José Sarney da renúncia à Presidência do Senado Federal. E se o Conselho de Ética não fosse uma piada tão bisonha quanto o Poder Legislativo em si, Sarney teria que renunciar ao mandato, ou então ser processado e, no mínimo, cassado por quebra de decoro parlamentar.

A um aceno da cabeça, Sarney cai...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

E agora, José?

José Sarney agoniza. Lula Lelé, esquizofrenicamente, primeiro defende o resultado das eleições "democráticas" no Irã; enquanto o presidente reeleito Mahmoud Ahmadinejad assiste, bem como o resto do mundo, a assassinatos de manifestantes nas ruas de Teerã.

Depois, Lula defende Sarney, o Presidente do Senado Federal, aquele dos atos secretos. Mas a publicidade é um dos princípios do ato administrativo, requisito e condição sine qua non para eficácia. Se não há publicidade, deve-se anular o ato administrativo. Sarney diz que não existem atos secretos, atos que não foram publicados. Lula diz que Sarney não é um qualquer, como eu ou você, leitor.

Sarney é aquele do ato secreto para nomear o namorado da neta. E de centenas de atos administrativos secretos, realizados em conluio com outros de sua estirpe. O povo gosta, todo mundo sabe. Quem não gosta é a imprensa, que confunde opinião pública (que não existe) com opinião publicada (aquela que só existe se rende pauta e vende). Entre o eleitor brasileiro e o jornalismo brasileiro, qual é mais inapto e inepto?

Duas semanas mais tarde, ao inaugurar obra em Alagoas, o Presidente Lula elogia Renan Calheiros e Fernando Collor: a "babá" do PAC, ex-Presidente da República cassado por impeachment. Incontinência verbal, eu sei. Todo mundo sabe.

Tem gente que ainda defende o Lula, claro. O Gim Argello, por exemplo. E agora, José?

Ontem à noite, no Mineirão, o acaso provou que o futebol é tão hobbesiano quanto a política brasileira, o mundo dos concursos públicos e a obrigatoriedade do voto.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O fim de Sarney

Foto: Christophe Scianni

José Sarney já foi Presidente da República. Antes, tinha sido Governador do Maranhão, na Ditadura Militar. Governador biônico, indicado por ditadores. Por isso, tem as mãos sujas com o sangue daqueles que foram executados pelo regime de exceção; do qual foi colaborador.

Eleito senador pelo Estado do Amapá ad infinitum, graças ao poder econômico e, sobretudo, ao analfabetismo político, Sarney foi alçado pela terceira vez à Presidência do Senado, em mais uma negociata escusa: artifício típico da politicagem à brasileira.

Qualquer imbecil que tenha assistido a telejornais nos últimos meses já deveria ter antevisto o fim da carreira política do atual Presidente do Senado.

O maior idiota de todos a defender os crimes praticados, no mínimo, com a conivência de Sarney é o Presidente Lula, o piadista. Depois de defender a reeleição "democrática" de Mahmoud Ahmadinejad, posicionando-se contrariamente ao povo oprimido do Irã, que votou em Mir Hussein Musavi, e agora se torna alvo de disparos de AK-47 em Teerã, Lula parte em defesa de Sarney.

"Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias porque ele não tem fim e depois não acontece nada", afirmou o Presidente Lula em entrevista à BBC, no Cazaquistão. Para Lula, Sarney "tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".

Metalúrgico e dirigente sindical perseguido pela Ditadura Militar por lutar pelo direito de greve no ABC paulista, Lula defendia a democracia, e subiu em palanques pelas Diretas Já, no começo da década de 1980. Fernando Henrique Cardoso, a personificação do rei-filósofo de Platão, também. Hoje, parece que Lula, assim como o fez FHC, deveria pedir que esqueçamos o que ele disse.

Diante da verdade efetiva dos fatos, só posso defender o fim do voto obrigatório. Mas, como não há vontade política para que o poder legiferante acabe com essa babaquice, que permite a eleição de crápulas como os três aqui nominados, só nos resta defender o voto nulo.

Vote nulo: não mande seu lixo para Brasília!




Arte: Jorge Barretto (in memorian)

terça-feira, 21 de abril de 2009

O bicho-homem é o lobo do bicho-homem

Há 49 anos, os candangos - brasileiros pobres de todas as regiões do país - celebravam o cumprimento da empreitada que lhes cabia: erguer a Cidade Modernista no ermo do Planalto Central. As quedas diárias de andaimes, os massacres de operários, os corpos misturados ao concreto armado, os mortos enterrados em valas comuns: tudo isso tornou-se nada. Rendeu alguns filmes que ninguém viu, bancados pela Lei Rouanet ou pelo Programa Petrobras Cultural: jogo de cartas marcadas. E JK entrou para a História como grande estadista - rendeu até minissérie na Rede Globo - e foi morto pelos milicos, que nem em filme de Hollywood.

Hoje, dia 21 de abril, é feriado nacional. Além da inauguração de Brasília, também comemora-se o Dia de Tiradentes, quando enforcaram e esquartejaram Joaquim José da Silva Xavier. A intelligentsia mineira envolvida na Inconfidência, quase como Pilatos, teve as mãos lavadas. Mataram o tira-dentes e pouparam os aristocratas. Alguém tinha que morrer para dar o exemplo, e não matariam o "Dirceu de Marília", claro. Assim como, quase três séculos mais tarde, não seria o Zé Dirceu que daria o exemplo...

Há 24 anos, José Sarney "matava" o presidente Tancredo Neves, no Hospital de Base, em Brasília. Antes de se tornar imortal da ABL, além de imortalizar o bordão "brasileiros e brasileiras", Sarney levou o país à bancarrota, contribuindo sobremaneira para a eleição de Fernando Collor: o marajá que a propaganda política dizia que acabaria com os marajás, tipo o Sarney. Acabou sofrendo um impeachment por corrupção. Pior, ainda hoje tem idiota que acredita que os cara-pintadas - o maior factóide da primeira metade da década de 1990 - tiveram algum papel nisso. À época, os que não eram mera massa de manobra - a maioria -, ou estavam lá pelo dia longe das escolas, com direito a álcool e drogas - os mais "espertos" - ou pela carreira política que almejavam - os estudantes profissionais da UBES e da UNE.

Coisa de Brasil, vocês sabem. Aliás, amanhã é o dia da grande farsa: o Descobrimento. Descobrimento por quem, cara pálida? Achamento do Brasil, no máximo, pela cruz e pela espada. Ainda bem que, naquela época, não tinha show da Xuxa para comemorar coisa alguma...