Lembro muito bem do Motta, embora tenha estranhado quando ouvi, pela primeira vez, um senhor referir-se a ele assim. Primeira e única, talvez. Para mim e meus primos, o Motta sempre foi o vovô Tino: herói de histórias e aventuras no sertão de Minas e no garimpo do São Francisco, contadas em primeira pessoa.
Justino Mourão Motta sabia das coisas. "O que tem que ser, tem força!" - ele sempre disse.
Um dia desses, conversando com um amigo que conheço desde 1995, Flávio Schettini, a voz do "arroz, arroz com feijão, essa mistura construiu uma nação", a gente constatou que o Motta e o Schettini, o meu avô materno e o paterno dele, moraram na Serra da Canastra no começo da década de 1940, nas proximidades da Casca d'Antas, a nascente do São Francisco; que encantavam minha imaginação de criança.
De repente, pensei em memória genética. Mas concordei com o Motta, que era semi-analfabeto: o que tem que ser, tem força!
5 comentários:
Depois de tudo - Marcelo Mourão Motta Grossi
Ao Motta, meu avô materno
Na casa da minha infância, antiga sede de [ fazendinha
na Vila Celeste Império, depois
Progresso, depois
Padre Eustáquio
na rua Olinto Magalhães, 704 (depois 997)
mãos pequeninas tocam o chão de cimento
e o chão de tijolos, tateando o real no escuro
é só se descobrem em outro quarto de dormir
para não surpreenderem os pais no leito nupcial
cinqüenta anos depois: pais enterrados há décadas
Sim, depois de tudo, a casa que já não há mais
resiste, tombada pelo patrimônio memorial de [ quem carrega
no sangue a herança imaterial de Justino Mourão [ Motta
O que tem que ser, tem força.
Concordo.
E meu Nery é com "Y".
Desculpa pela falta de atenção, sim?
Claro! :D
Na foto, meu avô Justino, minha avó Nair e suas filhas mais velhas, Sandra e Nanci, irmãs da minha mãe.
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