sábado, 6 de dezembro de 2008

Saudades de Barbacena

JAULA - Marcelo Mourão Motta Grossi

Se a noite cai dentro de mim
resta pouco, quase nada
daquele eu que você não conheceu:
tão confuso, tão honesto

O real assola; e quem consola?
A vida te bate na cara e depois assopra

Eu abro a porta, eu dou esmola
eu converso com cachorros de rua
antes de voltar pra jaula

E a melodia triste que já não toca
lembra o que perdi e tento esquecer
pra não continuar perdendo:
tão difuso, tão quieto

Aqui dentro é tão suave a loucura
tão tardio o meu canto
e tão certo o cheiro da morte:
que venham os eletrochoques

Hoje não vou gritar pela minha mãe

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