quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Lição de moral?

Acostumei-me a não estudar. Ainda muito novo, percebi que a média era coisa relativamente simples de ser obtida, e que eu poderia aproveitar melhor meu tempo longe da escola dormindo ou assistindo à televisão. Na quinta série do Ensino Fundamental - que tinha outro nome à época, claro - o sistema começou a ficar bruto. A matemática e sua insistência em ousar misturar números e letras, sofisticou ainda mais o diabo daquele "x". Dali pra frente, só complicou. E eu continuei sem estudar.

Cheguei ao Ensino Médio com algumas notas vermelhas e uma recuperação em matemática na 8ª série, no famigerado Colégio Municipal Marconi. Não que eu tivesse mérito para tanto. Afinal, em 1988, aos 10 anos, ao final da 4ª série, não tinha obtido sucesso no exame de admissão àquela escola. Quatro anos depois, subvertendo os princípios de moralidade e impessoalidade que devem caracterizar a Administração Pública, ainda assim mamãe conseguiu uma vaga pra mim, graças à influência de uma colega dela junto ao diretor do colégio.

No primeiro ano do Ensino Médio, ainda no Marconi, a coisa ficou feia de vez. Reprovei em matemática, química, física e biologia. Levamos cinco anos - eu e meu desinteresse - até concluí-lo no Setor Leste, no noturno. Melhor não comentar mais nada. Nem sobre o Vestibular. Muito menos sobre a UnB.

Resumo da ópera: nunca estudei. Pelo menos, até o dia em que desisti da iniciativa privada e me descobri cativo no mundo dos concursos, algo quase tão reflexivo quanto encontrar-se na caverna de Platão: cada um acorrentado à certeza e, ao mesmo tempo, à dúvida da possibilidade de aprovação, por mais que se estude. Resultado: hoje, à medida que escrevo, fico tentando analisar sintaticamente esses períodos.

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