quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uma nova ética para as relações internacionais

Ética nas relações internacionais? Só se for na Academia, locus por excelência das elocubrações de inspiração helênica. No resto do mundo, ou no mundo real, apenas propugnar a necessidade de uma nova ética para as relações internacionais é tão eficaz, em termos práticos, quanto pedir a Deus (ou a Alá) que israelenses parem de matar crianças palestinas na Faixa de Gaza.

Afinal, para além dos organismos internacionais, as verdades são nacionais, e não universais. E, como afirma Joseph Nye, Jr., "presidentes incapazes de defender seu povo não serão nunca bons governantes". Se o interesse nacional acaba sobrepujando os internacionais, como esperar relações éticas entre nações com interesses distintos e mutuamente excludentes?

É mais razoável aterrorizar a nação vizinha, ou mesmo distante, para lembrar seus governantes e cidadãos de que, antes de aspirações éticas, a supremacia bélica e seu poder simbólico de coerção têm prevalência. Thomas Hobbes é quem tinha razão: "o homem é o lobo do homem".

À humanidade contemporânea, ética não é mais do que um conceito, legado grego. Propugnar a necessidade de uma nova ética nas relações internacionais é tão inglório quanto esperar solucionar desavenças históricas entre nações eticamente. A menos que se esteja na Academia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi...nossa achei mto bom o seu artigo,to fazendo um trabalho acadêmico sobre "relações éticas" e me identifiquei bastante com o que vc escreveu,mas não se preocupe que não vou plagear,hehehe

Abraços
Taciani Lopes/estudante de administração.

Marcelo Grossi disse...

Essa foi dissertação de simulado em janeiro...