Cesare Battisti deve ser libertado nos próximos dias. O Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, aguarda parecer para determinar a libertação do italiano, condenado por crimes políticos em um julgamento viciado, na Itália.
A decisão do Estado brasileiro de conceder ao italiano a condição de refugiado político é constitucional. Por isso, legítima, soberana e inconteste. Mesmo assim, assistimos à Itália fascistóide de Silvio Berlusconi lançar mão do jus esperneandi - o direito de espernear.
No Brasil, à dita "grande mídia" interessa tão-somente o fato jornalístico. Apurar ou depurar verdades é coisa de jornalista da velha guarda. Hoje em dia, qualquer imbecil se diz jornalista porque é um urubu de diploma. E como as redações Brasil afora estão cheias deles, publicam primeiro e desculpam-se depois, se for o caso. Assim como o PM que dá coronhada na cabeça do torcedor de costas e, depois, alega que não teve intenção de matá-lo com o disparo acidental.
Adivinha, então, de que lado está a grande imprensa brasileira. Daqui a pouco tem brasileiros saindo às ruas, quem sabe os leitores de Diogo Mainardi e Olavo de Carvalho, incitados pelas verdades jornalísticas propaladas, exigindo a extradição de Battisti. Afinal, ele não matou quatro pessoas na Itália?
Em 2009, a quinta coluna alimenta o medo vermelho. Talvez antevendo como inevitável a vitória de Dilma Rousseff no ano que vem, ao menos no primeiro turno; principalmente agora que ela mudou o corte de cabelo e colocou lentes de contato.
Antes e depois - Sérgio Lima e Jorge Araújo/Folha
3 comentários:
A Dilma tá mais gata que a Hillary Clinton.
MENSAGEM DO CINEASTA SILVIO TENDLER SOBRE A FOLHA DE SÃO PAULO E O CASO BATTISTI
Prezados,
apressado come cru.
Fui brindado pela Folha com o adjetivo de "esquerdista" por ter enviado carta ao ministro da Justiça pedindo que sua decisão fosse favorável à permanência de Battisti entre nós. Meu gesto foi de caráter humanitário. Se isso é ser esquerdista então está bem, aceito honrado.
A Folha ainda escreveu que comemorei a decisão. Ora apenas cordialmente respondi a uma chamada de uma repórter que me ligou para confirmar se tinha escrito a carta ao ministro. Confirmei, disse que assumia meu ato com convicção e que iria escrever ao ministro cumprimentando-o pela decisão. Se isso é comemorar, tudo bem. Então tive uma atitude que me projeta na esquerda festiva (esquerdista que comemora é isso?).
Até aqui tudo bem, é o meu que está na reta, mas continuemos neste exercício de lógica.
A Folha comemorou à sua maneira o gesto do ministro, com um editorial de reprimenda à atitude do governo (sim, do governo, o presidente da República endossou o gesto do ministro).
Mas, já que a Folha não quis colocar seus repórteres em campo para apurar na Itália as repercussões do gesto brasileiro, poderia ao menos ter esperado para assistir ao Jornal Nacional de ontem (16/01), na insuspeita Globo, quando a repórter Ilze Scamparini fez o trabalho que os editorialistas da Folha não quiseram fazer e ouviu políticos italianos. O único que se manifestou favorável à extradição foi um ministro do governo Berlusconi que ameaçou o Brasil com retaliações.
O Jornal Nacional entrevistou um jurista dos Comunistas Refundadores que elogiou o gesto Brasileiro e o Jornal informou, ainda, que Francisco Cossiga (ex-ministro e que assinou a lei anti-terror) declarou ser a favor de uma anistia e que era contra o retorno de Battisti à Itália.
Portanto, desconfio que:
1 - a Folha anda mal informada sobre minha pessoa; e
2 - muito mal informada sobre o caso Battisti.
E, uma vez que, por ilação, conclui que sou esquerdista, também posso concluir que a Folha é jornal direitista berlusconiano.
Abraços,
Silvio Tendler
Afinal, Berlusconi é um quase-híbrido do ACM com o Roberto Marinho.
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