domingo, 15 de março de 2009

Águas de março (4)

Há algum tempo, o sítio da Academia Brasileira de Letras se tornou destino obrigatório em meus périplos internéticos. Não apenas pelos textos de imortais mas, sobretudo, pelo sistema de busca do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

Na última semana, despertei para o fato de que poderia me valer de outra facilidade, o "ABL Responde", na tentativa de encaminhar meu poema Setembro ao imortal Lêdo Ivo, alagoano de cuja poesia sou admirador profundo. Na pior das hipóteses, quedar-se-ia meu poema digitado no espaço destinado a uma pergunta, por ser uma não-pergunta. Trata-se de uma confissão na extremunção do poeta. Esse cara esquisito que tem um prazer prometéico em sofrer, ou fingir que sofre. Afinal, otimismo é para os fracos.

Ontem à noite, sábado, fiquei mais surpreso que os italianos depois da concessão de asilo político a Cesare Battisti, ao receber uma resposta para minha não-pergunta. A mensagem eletrônica sugeria, cordialmente, que encaminhasse meu poema para um determinado endereço, que descobri se tratar do e-mail do Lexicógrafo-Chefe da ABL. Graças ao Google.

Humildemente, enviei uma mensagem a ele com meu poema. Nada mais teleológico que a poesia...

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