segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Mais sorte em 2010
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
1ª Conferência Nacional da Comunicação
domingo, 6 de dezembro de 2009
O "A" da questão
Se Lula é filho do Brasil, FHC é filho das elites paulistanas, gente comprometida com a manutenção do status quo e, também, responsável pelo Brasil como conhecemos.
E o governador Arruda, é filho de quê?
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Heil Lula?
Depois, invertendo-se a corrente, a tese da discricionariedade (mérito de conveniência e oportunidade) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se decidir pela extradição venceu por 5 a 4. Em termos práticos, agora cabe ao Presidente da República entregar Battisti, como uma presa fácil, à Itália fascistóide de Berlusconi, um quasi híbrido do ACM com o Roberto Marinho, à italiana.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
I Concurso Gran Tube - Vida de Concurseiro
Esse filme foi gravado e editado em menos de 24 horas, nos dias 30 e 31 de agosto de 2009. Trata-se de uma peça produzida para concorrer ao I Concurso Gran Tube, organizado pelo Gran Cursos, preparatório para concursos de Brasília.
Divirta-se!
sábado, 22 de agosto de 2009
O Brasil é um país surreal
Em 1985, aos sete anos, quando morava na Rua Paulo Brandão, em Belo Horizonte, enterrei o Presidente Tancredo Neves, que seu vice Sarney mandara matar no Hospital de Base, em Brasília. E nunca esqueci as "malufetes"...
Em 89, com 11, era suficientemente maduro para acompanhar o processo eleitoral; enquanto minha mãe, servidora do TRE-MG, fazia títulos de eleitor sem parar na Praça Sete. Mais inteligente que a média porque lia mais que a média, acompanhava a campanha na televisão com o fascínio de quem passaria 12 anos trabalhando com esse "convite de aranha, de sereia" (MMMG).
Alguém que, àquela época, já era vivo e esperto o suficiente para se dar conta do mundo a seu redor não pode conceber o cenário político atual, senão sob efeito de LSD. Lula defende Sarney, seu cão de guarda e ataque é Collor, e sua guarda pessoal tem Renan Calheiros, Romero Jucá e Gim Argello, os três mosqueteiros "do mal" (W. Bush).
Sarney resiste na Presidência do Senado Federal e do Congresso Nacional, "com a força inquebrantável daqueles que têm fé" (MMMG), enquanto é massacrado pelos meios de comunicação, com a divulgação de escândalos sucessivos, há meses. Collor, "babá do PAC", dá medo só de olhar. Quando fala difícil, ambiciona-se membro da ABL; que nem Sarney, seu antecessor na Presidência da República.
O personagem Lula se tornou maior que o político. Agora, o personagem engole o homem.
Marina Silva no PV. O PSDB agradece. Resta saber quem será o Cavaleiro do Apocalipse. Eu aposto em José Serra.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Cruzeiro, Cruzeiro querido (3)
Depois da vitória do Cruzeiro no Mineirão por 2 x 0, provoquei os flamenguistas (fregueses) no blog, já pensando no returno e desafiando o dito "Imperador do Rio": o atacante Adriano, que ainda não tinha estreado.
Ontem, em campo, depois de 18 rodadas, na estreia do returno, foi como se Adriano não estivesse lá.
E o Cruzeiro bateu o Flamengo por 2 x 1, de virada. No Maracanã. É a volta da Raposa!
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Pela ordem, Presidente
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Socialism
De Collor para Simon
É a "tropa de choque" do Presidente da Casa, Don José Sarney, chefe da famiglia. Em ação, fazendo cara de probo e falando difícil, Collor até parece que não é o único Presidente da República cassado por impeachment.
Mais uma piada do Senado Federal.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Dilma é 13!
BH, POLOP e VPR na Presidência!
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Fim do Senado Federal?
quinta-feira, 23 de julho de 2009
A um aceno da cabeça
Tempestade em copo d'água, claro, já que se trata de cargo de livre nomeação e exoneração (ad nutum). Mas a dimensão simbólica de mais esse "ato secreto" torna ainda mais canhestra e insustentável a situação do Presidente do Senado. O critério efetivo para essa nomeação é indiscutível: namorar a neta de Don Sarney, o chefe da famiglia. Que mal há nisso?
Se o clã Sarney consegue transformar dinheiro em votos no Amapá e no Maranhão há décadas, por que não haveriam eles de lidar, também, com a coisa pública como se privada fosse? E o que se faz na privada é julgamento de conveniência e oportunidade de cada um, ora bolas.
Nem Sêneca livra mais José Sarney da renúncia à Presidência do Senado Federal. E se o Conselho de Ética não fosse uma piada tão bisonha quanto o Poder Legislativo em si, Sarney teria que renunciar ao mandato, ou então ser processado e, no mínimo, cassado por quebra de decoro parlamentar.
A um aceno da cabeça, Sarney cai...
quinta-feira, 16 de julho de 2009
E agora, José?
Duas semanas mais tarde, ao inaugurar obra em Alagoas, o Presidente Lula elogia Renan Calheiros e Fernando Collor: a "babá" do PAC, ex-Presidente da República cassado por impeachment. Incontinência verbal, eu sei. Todo mundo sabe.
Tem gente que ainda defende o Lula, claro. O Gim Argello, por exemplo. E agora, José?
Ontem à noite, no Mineirão, o acaso provou que o futebol é tão hobbesiano quanto a política brasileira, o mundo dos concursos públicos e a obrigatoriedade do voto.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
A participação feminina na esfera pública - Dissertação argumentativa em prosa - SPM-PR
Sabe-se que conquistas como o voto universal, que conferiu às mulheres o direito cidadão de votar e ser votada, diminuíram as profundas desigualdades de gênero. No entanto, a parca representação feminina na política ainda reflete preconceitos arraigados na sociedade brasileira; a despeito do arcabouço legal que garante a igualdade entre homens e mulheres. Percebe-se que a mera existência de leis não é capaz de alterar significativamente o tecido social.
A elaboração de políticas públicas de ação afirmativa e leis específicas é um caminho viável para se garantir uma participação feminina mais efetiva na política. Ao se estabelecer em lei, por exemplo, limites máximos e mínimos para candidatos de cada sexo, 70 e 30 por cento respectivamente, assegura-se uma maior participação feminina. Para tanto, são necessárias ações coordenadas em todas as esferas de Governo.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Poesia übber alles
Cruzeiro detona mais um tricolor
Impressionante a torcida gaudéria, que não parou de cantar nem depois de levar dois gols seguidos em três minutos, ainda no primeiro tempo. No segundo o tricolor empatou, mas não levou.
Outro ponto alto foi a torcida gremista imitando macaco, quando Adilson Batista decidiu colocar Elicarlos para jogar, reiterando e corroborando o racismo evidenciado pelo argentino (de mierda) Maxi López na partida do Mineirão; que terminou em 3 x 1 pro Cruzeiro.
Fez-se justiça. O Cruzeiro na final da Libertadores é o Brasil contra a Argentina!
Até semana que vem.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Real: 15 anos
Entrei em coma alcóolico na festa junina do CESO, depois de dois litros de batida feita por mim com cachaça "Chora Rita". Coisa de menino: tinha 16 anos.
Pelo que consta, no final da festa, acabei carregado pelo pai de um colega de sala pra casa deles; e a mãe do cara ainda me deu banho.
Que acabação!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Meu pecado
Google Analytics e Michael Jackson
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Michael Jackson morreu!
Porque além de negro era judeu
Michael Jackson ainda resiste
Porque além de branco ficou triste" - Gilberto Gil
Argentinos...
Afinal, não é de hoje que todo mundo sabe que, para argentino, brasileiro é "macaquito". E ponto final.
Motivos para odiar os argentinos é o que não falta. A prova mais recente foi o comentário do jogador argentino Maxi López, do Grêmio, ao perder para o Cruzeiro no Mineirão, ontem à noite, pela Libertadores.
Adivinha de que o argentino chamou o jogador Elicarlos, negro. Chamou de "macaco", claro; como era de se esperar de um argentino. Acho que a defesa do jogador, ao ser interrogado por Delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, fundamentada em uma suposta limitação dele com o português, inviabiliza-se etimologicamente. Afinal, sabe o que significa macaco em espanhol? Macaco, ora bolas. Ou "mono", como alegado.
E agora, por que não colocaram esse argentino na cadeia? Racismo no Brasil não é inafiançável?
Maxi Lopes, vai tomar no cu! De preferência numa cela com presidiários cruzeirenses afrodescendentes.
10:00 Maxi López estuvo demorado por un comentario racista
"Me llamó macaco", denunció Elicarlos, jugador del Cruzeiro, tras la victoria de anoche sobre Gremio por 3-1 en el partido de ida por las semifinales de la Copa Libertadores. El ex River declaró y recuperó la libertad.
El delantero argentino de Gremio, "Maxi" López, fue demorado en una comisaría, y luego recuperó su libertad tras declarar, acusado de "agresión verbal de corte racista" por el jugador Elicarlos en el partido que Cruzeiro le ganó anoche por 3 a 1 al conjunto de Belo Horizonte por la primera semifinal de la Copa Libertadores de América.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Gilmar Mendes dá uma dentro
Trocando em miúdos, o STF acabou com a obrigatoriedade da exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista. É o fim dos "urubus de diploma": coitados dos analfabetos estruturais formados no IESB...
O fim de Sarney
Eleito senador pelo Estado do Amapá ad infinitum, graças ao poder econômico e, sobretudo, ao analfabetismo político, Sarney foi alçado pela terceira vez à Presidência do Senado, em mais uma negociata escusa: artifício típico da politicagem à brasileira.
Qualquer imbecil que tenha assistido a telejornais nos últimos meses já deveria ter antevisto o fim da carreira política do atual Presidente do Senado.
O maior idiota de todos a defender os crimes praticados, no mínimo, com a conivência de Sarney é o Presidente Lula, o piadista. Depois de defender a reeleição "democrática" de Mahmoud Ahmadinejad, posicionando-se contrariamente ao povo oprimido do Irã, que votou em Mir Hussein Musavi, e agora se torna alvo de disparos de AK-47 em Teerã, Lula parte em defesa de Sarney.
"Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias porque ele não tem fim e depois não acontece nada", afirmou o Presidente Lula em entrevista à BBC, no Cazaquistão. Para Lula, Sarney "tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".
Metalúrgico e dirigente sindical perseguido pela Ditadura Militar por lutar pelo direito de greve no ABC paulista, Lula defendia a democracia, e subiu em palanques pelas Diretas Já, no começo da década de 1980. Fernando Henrique Cardoso, a personificação do rei-filósofo de Platão, também. Hoje, parece que Lula, assim como o fez FHC, deveria pedir que esqueçamos o que ele disse.
Diante da verdade efetiva dos fatos, só posso defender o fim do voto obrigatório. Mas, como não há vontade política para que o poder legiferante acabe com essa babaquice, que permite a eleição de crápulas como os três aqui nominados, só nos resta defender o voto nulo.
Vote nulo: não mande seu lixo para Brasília!
Arte: Jorge Barretto (in memorian)
quarta-feira, 17 de junho de 2009
A mosca de Obama
Agora só falta fechar a base militar de Guantánamo, em Cuba; retirar as tropas do Iraque; recrudescer a guerra contra o terror no Afeganistão, localizar Osama bin Laden no Paquistão (ou não); proteger a Coreia do Sul de seu vizinho do Norte, comunista; e persuadir o Governo de Israel a aceitar a criação de um Estado Palestino. Sem falar nos problemas domésticos advindos da crise econômica e financeira criada na Era Bush, herdados por Obama.
É, Gafanhoto, considerando-se seus desafios, matar uma mosca ao vivo e de primeira, como se diz, é "peixe pequeno"...
segunda-feira, 15 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Seminare semen
Gosto do Drummond com aquela cumplicidade que caracteriza a parentela, sobretudo a que não é consaguínea: eufórica mas comedida. Meu irmão Davi Drummond, o amado, corrobora meu discurso. Se não corre em minhas veias o sangue dos Ond'Alta, a herança que me foi legada por meu primeiro pai cultural, o pianista Waldir Ferreira Drummond, nada teve de indelével.
Gosto do Drummond com aquela inveja cosmogônica que, para além de estabelecer campos de possibilidades que determinam o real, carateriza a admiração de quem contempla alguém tremendamente maior e melhor, tanto em experiência quanto em técnica. A gente, a vida inteira, aprende com os outros...
Gosto do Drummond, e memórias de inspiração drummondiana estão no cerne do que eu sou e do que serei. Tem uma poesia em que ele, ao se lembrar de sua infância na fazenda de seu pai, refere-se a Robinson Crusoé. E o poeta pondera, com seu lirismo à mineira - se não era minério de ferro, era aço -, que sua história era mais bonita que a de Crusoé.
Gosto do Drummond, e o Dia dos Namorados também evoca inspirações drummondianas. A imprensa divulga , hoje, que se casaram italianos na sacada onde Romeu e Julieta juraram amor eterno. E, agora, desperto para o fato de que minha história de amor com a Maria Rosa é muito mais bonita que a de Romeu e Julieta...
quarta-feira, 10 de junho de 2009
São Paulo versus Telefônica
Troquem a "Telemierda" pela NET, ou continuem no caos: sem sinal nem Internet.
Afinal, vocês merecem...
PS - Alguém aí quer o telefone da Assessoria de Imprensa da ANATEL?
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Alteração semântica
Ela tinha razão. E eu concordei com a justa alteração semântica...
quarta-feira, 3 de junho de 2009
100ª postagem
Em fevereiro de 2007, imediatamente depois de ter lido o livro Náufrago da Utopia, do jornalista Celso Lungaretti, ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), segui a recomendação da minha mulher e desapropriei um espaço virtual para canalizar minha loucura. Começamos com uma homenagem a Eremias Delizoicov, também militante da VPR, assassinado pela Ditadura Militar aos 18 anos, com 35 tiros.
Algumas poesias do Drummond. Algumas minhas. E muita catarse, principalmente a partir de novembro do ano passado, quando as postagens se tornaram cada vez mais frequentes.
Foram 13 postagens em 2007; 18 em 2008. Já há 61 postagens em 2009. Essa é a 62ª nesse ano. Faça as contas. 13 + 18 + 62 = 93. Como é que essa pode ser a 100ª postagem?
Eu não sei. Mas é isto que diz o Painel:
terça-feira, 2 de junho de 2009
O último voo para Paris
Mas ontem de manhã, depois de nadar 2000 metros, voltei para casa e fui surpreendido pela notícia do desaparecimento do voo 447, da Air France, do Rio a Paris. Maldito torcicolo cultural, eu poderia ter pensado. A França e a Europa que se fodam, junto com todos que lá estão ou estiveram...
Afinal, minha inspiração hobbesiana insiste em perceber o voo como coisa de ave. E contingências materiais não permitem, de jeito nenhum, que eu faça uma viagem de avião para além de Beagá.
Eu que não quero saber nem de franceses nem de europeus, ou de brasileiros que sofrem de torcicolo cultural.
Viva Ariano Suassuna!
segunda-feira, 25 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
Marcha da Maconha
A guerra contra as drogas é um erro
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Marcha da Maconha em Brasília
domingo, 10 de maio de 2009
Cruzeiro, Cruzeiro querido (2)
sexta-feira, 8 de maio de 2009
O emprego mais idiota do mundo
Não entendeu nada? Então vou explicar com um exemplo factual. Há alguns anos, a interatividade na televisão brasileira desenvolveu-se com programas como o global Você Decide. Paralelamente, a sociedade do espetáculo inventou o Big Brother, reality show que apresenta as misérias da condição humana 24 horas por dia, com participantes quase até mais vazios que seus telespectadores. Em última instância, todo e qualquer reality show trata-se da coisificação catódica da própria condição humana, entendida em uma relação dialética com o mundo capitalista: quem não consome, não é consumido.
Sim, o emprego mais idiota do mundo é o de celebridade vazia. O idiota que vende na TV a imagem que constrói de si, seja na academia ou na clínica de medicina estética. Ou em ambas. Recentemente, milhares de idiotas, candidatos a idiota-mor, tornaram-se artífices de mais um espetáculo vazio para pessoas vazias: candidataram-se ao cargo de zelador de uma ilha que ninguém nunca tinha ouvido falar, em um país que serve para pouca coisa, para além do darwinismo.
Ah, claro, Grande Barreira de Corais! Quem assistiu ao desenho animado Procurando Nemo sabe do que se trata. Mas do que se trata esse emprego? Para além da sociedade do espetáculo, nada! Afinal, é auto-promoção coletiva, em sentido estrito. Auto-promoveram-se, ou pelo menos tentaram, todos os idiotas mundo afora que participaram da seleção para zelador, autoridades do Governo local e, claro, a mídia. Aliás parece que nada existe, hoje em dia, se não está na televisão ou na Internet.
Um idiota, agora, vai se tornar "zelador" da tal ilha por seis meses, sob a condição de manter um blog e conceder entrevistas. E daqui a seis meses, na certa, mais auto-promoção. Pessoas vazias de todo mundo, participem!
E confirmem a acurácia da minha leitura do real.
Carimbador maluco do MMA
domingo, 3 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Ayrton Senna do Brasil
quinta-feira, 30 de abril de 2009
O contrassenso da Marcha da Maconha
Para entender os porquês da Marcha da Maconha, pode ser útil uma digressão que remonte, inequivocamente, ao contexto de proibição da erva, nos Estados Unidos da América. Por trás dela, uma espécie de híbrido de Roberto Marinho e Gilmar Mendes sem toga: William Randolph Hearst.
Hearst nasceu em São Francisco, Califórnia, em 29 de abril de 1863. Era filho único de Phoebe e George Hearst, que adquirou o jornal San Francisco Examiner graças à dívida de jogo de azar, quando William Hearst estudava em Harvard. Expulso de uma das mais tradicionais e respeitadas instituições da Ivy League, e com alguma experiência como gerente de vendas do jornal Harvard Lampoon, Hearst passou a dedicar-se, aos 25 anos, à administração do jornal de seu pai. Em seguida, ele adquiriu outro, 0 New York Journal. Em seu auge, o império de Hearst chegou a mais de duas dúzias de jornais em todo país, quando um em cada 4 cidadãos estadunidenses lia seus jornais.
Em 1902, tornou-se congressista, representando o estado de Nova York, foi reeleito em 1904 e eleito governador em 1906. Na década de 1920, Hearst ampliou seus negócios, criando estações de rádio. Na de 40, tornou-se pioneiro da televisão.
Magnata das comunicações, William Hearst era um dos homens mais poderosos dos Estados Unidos. O filme Cidadão Kane, de Orson Welles, foi inspirado em Hearst.
Marijuana Tax Act
Há séculos, o cânhamo (anagrama de maconha) era beneficiado para a obtenção de diversos produtos, de roupas a cordas para embarcações. No começo do século XX, a descoberta de novos processos indicava que a planta poderia ser usada para produzir plástico e explosivos. Na década de 1930, a alta produtividade do cânhamo na fabricação de papel, nos Estados Unidos, começou a ameaçar os interesses de grandes companhias, como a Du Pont e a Hearst Paper Manufacturing Division.
Em 1930, Harry Jacob Anslinger tornou-se Comissário do Bureau Federal de Narcóticos (FBN). Anslinger era tido como uma figura honesta e incorruptível, tinha sido Comissário Assistente do Bureau de Proibições, a partir de 1929, e tinha larga experiência no combate ao tráfico internacional de drogas. Não é preciso muito tutano para imaginar que o poder pessoal de Anslinger cresceria proporcionalmente à quantidade de substâncias que conseguisse proibir. Anslinger ficou conhecido como o Czar das Drogas.
A conjugação dos interesses de Hearst, Anslinger e da empresa Du Pont, entre outros, deu origem a uma campanha anti-maconha de âmbito nacional. Os tablóides de Hearst disseminaram histórias inventadas visando à demonização dos usuários, inspirando-se no ódio contra negros e hispânicos, consumidores tradicionais da erva nos Estados Unidos. Estupros e assassinatos foram inventados por Hearst para ilustrar a ameaça que a cannabis apresentava para a sociedade branca e protestante, com personagens de origem mexicana ou negros jazzistas, por exemplo.
Levando-se em consideração que um em cada 4 estadunidenses eram leitores dos jornais de Hearst, fica óbvio que a campanha anti-maconha conseguiria, em pouco tempo, atingir seu maior objetivo: garantir os interesses de William Hearst, Harry Anslinger e da Du Pont, entre outros. Em 1937, o Marijuana Tax Act foi editado, banindo da legalidade uma planta cujo uso remonta a milhares de anos.
E assim como a Lei Seca proibira a produção, a comercialização e o consumo de álcool, e acabou impulsionando o mercado negro e a Máfia italiana nos EUA, a proibição da maconha também se deveu a interesses pessoais e econômicos, com inequívocas consequências socioculturais dentro e fora dos Estados Unidos. Progressivamente, a propaganda anti-maconha conseguiu alastrar-se por todo o mundo, com a proibição do cultivo, comércio e consumo da erva.
O contrassenso da Marcha da Maconha
terça-feira, 21 de abril de 2009
Trotsky do Baygon
O bicho-homem é o lobo do bicho-homem
Hoje, dia 21 de abril, é feriado nacional. Além da inauguração de Brasília, também comemora-se o Dia de Tiradentes, quando enforcaram e esquartejaram Joaquim José da Silva Xavier. A intelligentsia mineira envolvida na Inconfidência, quase como Pilatos, teve as mãos lavadas. Mataram o tira-dentes e pouparam os aristocratas. Alguém tinha que morrer para dar o exemplo, e não matariam o "Dirceu de Marília", claro. Assim como, quase três séculos mais tarde, não seria o Zé Dirceu que daria o exemplo...
Há 24 anos, José Sarney "matava" o presidente Tancredo Neves, no Hospital de Base, em Brasília. Antes de se tornar imortal da ABL, além de imortalizar o bordão "brasileiros e brasileiras", Sarney levou o país à bancarrota, contribuindo sobremaneira para a eleição de Fernando Collor: o marajá que a propaganda política dizia que acabaria com os marajás, tipo o Sarney. Acabou sofrendo um impeachment por corrupção. Pior, ainda hoje tem idiota que acredita que os cara-pintadas - o maior factóide da primeira metade da década de 1990 - tiveram algum papel nisso. À época, os que não eram mera massa de manobra - a maioria -, ou estavam lá pelo dia longe das escolas, com direito a álcool e drogas - os mais "espertos" - ou pela carreira política que almejavam - os estudantes profissionais da UBES e da UNE.
Coisa de Brasil, vocês sabem. Aliás, amanhã é o dia da grande farsa: o Descobrimento. Descobrimento por quem, cara pálida? Achamento do Brasil, no máximo, pela cruz e pela espada. Ainda bem que, naquela época, não tinha show da Xuxa para comemorar coisa alguma...
domingo, 19 de abril de 2009
Dia do Índio
A tortura e o "outro"
O ser humano é escroto, especialmente quando reconhece no "outro" um inimigo real ou potencial: seja o vizinho, a outra famiglia, a outra facção criminosa, o outro povo, a outra nação. A era Bush ensinou ao mundo sobre intolerância e belicismo, e estimula-se agora um questionamento da prática da tortura, com a divulgação pelo governo do Presidente Obama de memorandos da CIA, a ABIN estadunidense. Gostaram da comparação, meus quase sete leitores?
Dentro e fora dos Estados Unidos, a imprensa repercute as implicações da revelação de táticas - entre elas a prática da tortura - que, segundo oficiais da agência estadunidense, podem comprometer ações futuras. A maior parte deles deve acreditar numa perspectiva utilitarista da tortura como mecanismo de combate ao terror. Principalmente se, para evitar o terror imposto pelo "outro", puder-se usar do terror contra o outro povo ou a outra nação. É o que se chama em estratégia militar de deterrence, e pode ser assistido na TV sempre que o exército israelense mata centenas de palestinos na Faixa de Gaza, por exemplo. Deve-se não apenas inspirar o medo no "outro"; é preciso imolar o "outro" para lembrá-lo da superioridade bélica de quem impõe o terror para garantir os próprios domínios e pretensões.
Não sei dizer se isso é coisa do capitalismo ou da natureza humana; mas eu cresci acreditando que, no Brasil, para a Polícia a tortura era o único meio de investigação policial. Depois, descobri que, antes dela, tinha a caguetagem. Até que a Polícia Federal e suas operações, cujos nomes aposto que estagiários em agências de publicidade e redatores devem invejar, centradas em meses de investigação policial sem tortura, revelaram que a bandidagem do sistema DASLU/FIESP (e afins) tem agora quase o que temer. Graças à PF. E quase para além das graças do STF. Quase.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
A imagem que você vê não é nada?
Não saber nem quando nem se vou receber pelo roteiro - sina do freelancer - dói menos do que não saber se o que a mídia diz que é verdade realmente o é. Não, não estou destilando meu ódio contra jornalistas e afins, mais uma vez. Ou estou?
Bem, quero falar dos chamados "piratas da Somália", valendo-me da nomenclatura de que os meios de comunicação se valem para narrar histórias e faturar dinheiro. Mais uma vez, trata-se de um revés do "mito de Sherazade": a sina do jornalista, filho da pauta e dos interesses editoriais que pagam suas contas.
Não assisti a nada nem li uma linha na imprensa brasileira, ainda, dizendo que os "piratas da Somália" se autodenominam "Guarda Costeira Voluntária da Somália" e lutam contra a pesca predatória levada a cabo por europeus na costa daquele país africano. Afinal, seus pescadores tradicionais passam fome, à mercê de pesqueiros europeus que superexploram o pescado somali, para abastecer restaurantes e conquistar paladares refinados na Europa.
O que você, playboy brasileiro com sobrenome gringo, supostamente engajado em favor de minorias raciais e sociais, politicamente correto, faria se o litoral do seu país fosse destino de lixo nuclear europeu? E quando seus filhos começassem a nascer com deformidades, e mais de 300 de seus compatriotas fossem vítimas fatais dessa contaminação? Você apelaria à ONU ou se valeria de seu direito legítimo à insurreição?
Todo apoio aos "piratas da Somália"! Que a Guarda Costeira Voluntária da Somália enforque o capitão nas tripas do próximo saqueador capturado...
Quem quiser consubstanciar suas opiniões: dois artigos, um britânico e um estadunidense, e um editorial somali, para quem entende inglês.
WardheerNews - Somália (07.12.08)
Newsweek - EUA (08.12.08)
Esse último artigo, da Newsweek, caiu em prova de Nível Superior da ANTAQ, no último dia 5 de abril.
domingo, 5 de abril de 2009
5 de abril
Tá explicado: 31 anos no 220 V, hoje.
sábado, 4 de abril de 2009
Da poesia hiperbólica aos poemas avulsos
Tentei produzir um bom livro de estreia. Convidei uma das pessoas mais brilhantes que conheço, Luisa Günther, para ilustrá-lo. Maria Rosa, minha mulher, ocupou-se da revisão, e tentamos privar o leitor de erros crassos. Waldemar Euzébio Pereira, poeta mineiro, pai dos meus amigos de infância André e Gabriela, foi o responsável pela apresentação da obra, proporcionando-me uma alegria ímpar, que espero ter instigado o leitor.
Editar aos trinta anos um livro de poemas escritos entre a adolescência tardia e a formatura em Ciências Sociais preservou muitos poemas avulsos, nascidos a partir de 2004. Se, ao selecionar minha poesia hiperbólica entre meus primeiros poemas, optei por preservar o leitor de tudo que vomito, não haveria de ser diferente para o segundo livro.
Afinal, o mesmo esmero que permitiu a edição da minha poesia hiperbólica deve nortear a seleção desses poemas avulsos. Em breve, as boas surpresas serão muitas, leitores.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
A Paraíba logo ali...
Foto: Leina Karla
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Lula lá...
Only 78 percent of approval rating after the economic crisis
segunda-feira, 30 de março de 2009
Picho, logo existo!
Mas as duas realidades mencionadas separam-se por milênios de evolução, e pichar é crime no Brasil: o que torna cada pichador um fora-da-lei. Misto de criminosos e artistas plásticos, os pichadores congregam-se em grupos, alguns deles rivais entre si. Esses grupos de pichadores, seu ofício e suas vivências, a partir de agora, são o objeto de um estudo centrado em técnicas de Antropologia Visual, que desenvolverei com o fotógrafo e jornalista Sinclair Maia.
"Picho, logo existo!" é um olhar antropológico sobre um forma de expressão cujo estatuto de arte é questionado de maneira inversamente proporcional à perspectiva criminosa que lhe é atribuída.
Mais uma vez, nada sutil...
quarta-feira, 25 de março de 2009
A função social do meu blog (2)
A maioria prefere ler a comentar, imagino. Comentários a minhas confissões e opiniões são bem-vindos, obviamente; sejam aquelas avulsas ou não. A opção por moderar os comentários se deveu, exclusivamente, ao fato de haver usuários valendo-se da liberdade do espaço virtual para publicar anúncios de produtos falsificados ou contrabandeados, ao invés de diálogos entre autor e leitor.
Mas por que comentar? Porque escrever é como ler: semear a semente. Mesmo que esse blog não deixe de ser uma espécie de diário do meu drama cotidiano de desempregado e concursando, gostaria que mais pessoas se manifestassem por aqui.
Afinal, é sempre bom quando as palavras ecoam...
Águas de março (7)
Agradeço a gentileza da remessa do poema que muito apreciei. Desejo-lhe o merecido êxito em sua jornada poética.
Atenciosamente,
Lêdo Ivo
quinta-feira, 19 de março de 2009
Águas de março (6)
Que venha o próximo concurso: o do MRE foi pro brejo.
Fiquei em 882º lugar. Cinco pontinhos...
segunda-feira, 16 de março de 2009
Águas de março (5)
São as águas de março...
domingo, 15 de março de 2009
Águas de março (4)
Na última semana, despertei para o fato de que poderia me valer de outra facilidade, o "ABL Responde", na tentativa de encaminhar meu poema Setembro ao imortal Lêdo Ivo, alagoano de cuja poesia sou admirador profundo. Na pior das hipóteses, quedar-se-ia meu poema digitado no espaço destinado a uma pergunta, por ser uma não-pergunta. Trata-se de uma confissão na extremunção do poeta. Esse cara esquisito que tem um prazer prometéico em sofrer, ou fingir que sofre. Afinal, otimismo é para os fracos.
Ontem à noite, sábado, fiquei mais surpreso que os italianos depois da concessão de asilo político a Cesare Battisti, ao receber uma resposta para minha não-pergunta. A mensagem eletrônica sugeria, cordialmente, que encaminhasse meu poema para um determinado endereço, que descobri se tratar do e-mail do Lexicógrafo-Chefe da ABL. Graças ao Google.
Humildemente, enviei uma mensagem a ele com meu poema. Nada mais teleológico que a poesia...
quinta-feira, 12 de março de 2009
Águas de março (3)
À sombra de Tim K
Hoje, dia 12 de março, na estrada entre Goiânia e Anápolis, Kleber Barbosa da Silva, após agredir a esposa com golpes de extintor de incêndio, batendo-lhe na cara enquanto dirigia, e jogá-la para fora do veículo em movimento, sequestrou a própria filha e fugiu com ela até Luziânia, na região do Entorno do Distrito Federal. Na segunda-feira, dia 9, em Aparecida de Goiânia, Kleber estuprara uma menina de 13 anos.
Em Luziânia, mesmo sem ter brevê de piloto, sequestrou um avião monomotor no Aeroclube de Brasília, depois de ameaçar o piloto com uma arma de fogo, e voou para Goiânia com a filha. No voo de volta, foi seguido por caças da Força Aérea Brasileira, que tentaram contato com o sequestrador pelo rádio. Sem sucesso.
Depois de manobras arriscadas pelo céu da capital de Goiás, o imbecil pedófilo, estuprador e sequestrador arrebentou o avião no estacionamento de um shopping center, catedral do consumo. Matou-se e levou a filha de cinco anos junto.
Pena que a comoção internacional gerada pelo caso Tim K. tenha ofuscado a perspicácia do goiano...
segunda-feira, 9 de março de 2009
Notícias do front
Um dia chega a minha vez. Afinal, como dizia Justino Mourão Motta, "o que tem que ser, tem força".
domingo, 8 de março de 2009
8 de março - Dia Internacional das Mulheres
Águas de março (2)
Com 84 por cento de aprovação popular, Lula imbui-se de um toque de Midas eleitoreiro: todo aquele em que ele "tocar" vira voto. Dilma Rousseff, por exemplo. Depois da cirurgia plástica, do novo corte de cabelo e das lentes de contato, a Chefe da Casa Civil deve ser tornar a primeira presa política a ascender ao Palácio do Planalto, tornando-se Presidente em 2010. Dilma é a mãe do PAC.
Derrotada por mais uma manobra do PMDB, a senadora petista Ideli Salvatti, de Santa Catarina, juntou-se em frustração ao companheiro de partido Tião Viana, do Acre, que perdera a disputa pela Presidência do Senado para o imortal José Sarney, sempre eleito ad infinitum pelo PMDB do Amapá, ex-Presidente da República que faz política como faz literatura: só merda!
Na escolha de Collor para babá do PAC há, obviamente, outra eminência parda: Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-Presidente do Senado Federal. Apesar do frequente fogo amigo, o PMDB pertence à base aliada que garante a governabilidade no Congresso Nacional. Ou, pelo menos, algumas facções do partido pertencem, mas elas são quase sempre tão imperceptíveis a olho nu quanto tendenciosas. No Congresso brasileiro, os interesses que têm primazia são os individuais e, no máximo, os partidários, e não os nacionais.
É por isso que o Partido dos Trabalhadores teme a presença de Collor na maternidade do PAC. A Secretaria de Infraestrutura do Senado é responsável pela aprovação de todos os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento. Agora, as pretensões eleitorais de Dilma Rousseff parecem atreladas às decisões da Comissão presidida por Fernando Collor. E isso é mais assustador do que Gilmar Mendes na Presidência do Supremo Tribunal Federal.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Águas de março
No último dia 8 de fevereiro, submeti-me às provas do concurso para Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores. No dia seguinte, destruí o braço fazendo downhill aqui do lado de casa, depois de mais de dez anos sem subir em um skate. Fiquei apenas três dias engessado. Não consigo ficar engessado. Desde os três anos, sempre tirei todos os gessos antes do tempo devido, sem exceção. Tardiamente, soube que tenho Saturno na Casa 1, e que isso redunda em problemas ósseos. E eu, que achava que ter ascendente em Leão tinha a ver só com a arrogância e a pompa leoninas, me fodi.
Sem gesso, fui a BH e fiquei uma semana tomando Mate Couro e Guarapan: gosto (subs.) de infância. Quando se mora longe da mãe, visitar a casa dela sempre é bom. Sempre. Mesmo à espera da divulgação do gabarito preliminar daquele concurso para o qual se estudou praticamente o dia inteiro, de novembro a fevereiro.
Dias tensos: parei de dormir direito duas semanas antes da prova e só voltei a ter noites mais ou menos tranquilas dias depois da divulgação do gabarito, quando minhas esperanças esgotaram e o Carnaval despontava. De BH, voltei a Brasília e fui à Chapada dos Veadeiros na sexta.
De qualquer forma, não volto lá nunca mais: ao desistir de pedir a conta à mesa, uma senhora ignorante que parecia a proprietária, além de gritar com a gente no caixa por não saber o número da nossa mesa, até cobrou 10 por cento sobre o serviço (de merda) - que nos recusamos a pagar - e quatro reais de couvert por pessoa - que consentimos em pagar, apesar de não haver qualquer menção a couvert na casa, seja no cardápio ou na pizzaria em si. Pagamos porque ouvimos um qualquer tocando músicas quaisquer, daquelas que ninguém presta atenção quando está com muita fome e muita raiva. Maldito Carnaval em Cavalcante!
Pior: há nove anos, quando havia apenas uma dúzia de estudantes da Universidade de Brasília por lá, todo mundo dizia que a cidade era promessa de crescimento com desenvolvimento sustentável centrado no ecoturimo: balela de universitário maconheiro. Aquilo ali no Carnaval é o caos! And nothing more.
Quoth the raven: nevermore!
domingo, 8 de fevereiro de 2009
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Novo acordo ortográfico
Sabe-se que, devido à diversidade cultural e étnica entre os países lusófonos, o português falado apresenta variações que, ao invés de unir seus falantes, os separam. Tal qual o inglês separa britânicos e estadunidenses. Espera-se que, mesmo restrito à ortografia, o novo acordo promova uma maior unidade lingüística à “última flor do Lácio”.
Afinal, a aquisição de uma maior unidade lingüística pode estimular o multilateralismo na política externa e fortalecer as nações que integram a CPLP. Assim, o bloco poderia defender e atingir mais interesses comuns. Sabe-se, também, que o novo acordo ortográfico pode facilitar o ingresso do Brasil, país mais extenso e populoso da CPLP, como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Há algo de novo na língua de Camões, Pessoa, Machado e Drummond. Para além da mera supressão de letras e acentos, trata-se de uma aposta no futuro. A tentativa de reconhecer a importância dessa reforma ortográfica atrelada tão-somente ao presente pode ser tão inglória quanto a paráfrase “reformar é preciso, viver não é preciso”. Quanto ao presente, esqueça-se o trema.
Fim do ciclo
Amanhã, dia 8 de fevereiro, quando eu me sentar naquela sala 68, todos os meus ancestrais, cuja essência está contida nas cadeias helicoidais do meu DNA, terão consciência de que seu legado foi honrado.
E o bicho vai pegar!
How to prepare for the crisis
According to Chinese astrology, 2008 was the year of the brown rat: a time of expected and great changes. Some of them became quite remarkable when the crippling American real estate started to capitulate, as well as the greed-is-good mantra of the free-trade in which it was inspired. But, currently, how to prepare for the crisis?
In fact, the undergoing financial and economic crisis already seems so yesterday, and still one may claim neither heads of States nor the average citizens are aware of how to tackle the current issues. The more news on the crisis is massively broadcast, the fewer reasonable alternatives seem feasible. Therefore, no one is able to predict what will come next in this crisis of capitalism.
Undoubtedly, the nationalisation of the banking system in virtually the entire Western industrialised world and those millons of unemployed citizens worldwide are at the core of the current crisis. Even if one has a job now, no one is able to predict for how long. It is a time of unpredictable, great changes, which demand new paradigms to cope with them.
As the world started to dramatically change in 2008, like expected by Chinese astrology, what may one do in order to survive the current crisis? Since no one has conceived such paradigms so far, a believe would suggest praying for now.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
A identidade e a poesia: uma digressão modernista?
No domingo passado, a uma semana do dia mais importante da minha vida, minha tentativa tardia de localizar o professor que perdera sua identidade funcional deu certo. Agradeçamos ao Google. No e-mail do professor, li: "agradeço pela sua atenção, rara nos dias de hoje".
Ontem a identidade foi devolvida. O professor e eu moramos no mesmo bairro da Cidade Modernista. Na caixa de correio dele, além da identidade, um livro de poesia, com a seguinte dedicatória: "Bem que meu editor disse que o poeta é um sujeito diferente."
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Dois anos de subversão e resistência
- Resistência a quê, porra?
- Resistência ao status quo!
- O cara quer se tornar barnabé, burocrata, e vem falar de resistência ao status quo. Piada.
- Burocrata é o caralho. Tecnocrata.
- Vai se foder!
- Vai você.
SETEMBRO
Eu jurei à morte me calar
mesmo sabendo que jurar é pecado
como ensinou minha mãe
Eu prometi, então, à morte me calar
e só assistir a tudo em silêncio
soturno, canhestro
puro/impuro
interdito do medo
que é o pior
e o melhor de mim
Eu quis à morte me calar
a jurar à morte, com os olhos, enfim, por paz
Eu não quis mais esse eu apodrecido:
meus pulmões oxidados
meus rins obsessivos
meus olhos cansados de olhar por trinta anos
e, ainda assim, não enxergar nada
Eu quis esquecer e nunca mais escrever
a verve que pulsa incandescente
sob a razão que envilece
e o amor que liberta
Eu aprendi as regras e as exceções do uso da crase
antes de ter certeza dos fins e das finalidades
dos princípios e dos meios da poesia e da vida
Fio de Ariadne
Sabe-se que a nacionalização do sistema bancário e a ajuda bilionária de Estados nacionais para evitar a falência de grandes empresas engendram um interstício na agenda neoliberal. Assim, novas políticas públicas, alternativas ao neoliberalismo, podem ser promovidas se houver vontade política.
No Brasil, por exemplo, políticas de inclusão social e distribuição de renda têm diminuído a desigualdade histórica entre os mais ricos e os mais pobres. O que explica, em parte, os atuais índices de aprovação do Presidente Lula.
Na verdade, transformar em política pública qualquer demanda legítima depende, sobretudo, de vontade política. E é essa vontade política que pode garantir a sobrevivência à crise mundial. E, talvez, políticas centradas na promoção do bem-estar social representem o "fio de Ariadne" para fora desse "labirinto".
sábado, 31 de janeiro de 2009
Edgar Allan Poe
O poema "The Raven" é (tido como) sua obra-prima. Mas o que dizer, então, sobre "Filosofia da Composição"?
Nevermore.
The Raven - Edgar Allan Poe
Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.
"'Tis some visitor", I muttered, "tapping at my chamber door —
Only this, and nothing more."
Ah, distinctly I remember it was in the bleak December,
And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; — vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow — sorrow for the lost Lenore —
For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore —
Nameless here for evermore.
And the silken sad uncertain rustling of each purple curtain
Thrilled me — filled me with fantastic terrors never felt before;
So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating,
"'Tis some visitor entreating entrance at my chamber door —
Some late visitor entreating entrance at my chamber door; —
This it is, and nothing more."
Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer,
"Sir," said I, "or Madam, truly your forgiveness I implore;
But the fact is I was napping, and so gently you came rapping,
And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,
That I scarce was sure I heard you" — here I opened wide the door; —
Darkness there, and nothing more.
Deep into that darkness peering, long I stood there wondering, fearing,
Doubting, dreaming dreams no mortal ever dared to dream before;
But the silence was unbroken, and the stillness gave no token,
And the only word there spoken was the whispered word, "Lenore?"
This I whispered, and an echo murmured back the word, "Lenore!" —
Merely this, and nothing more.
Back into the chamber turning, all my soul within me burning,
Soon again I heard a tapping somewhat louder than before.
"Surely," said I, "surely that is something at my window lattice:
Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore —
Let my heart be still a moment and this mystery explore; —
'Tis the wind and nothing more."
Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately raven of the saintly days of yore;
Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;
But, with mien of lord or lady, perched above my chamber door —
Perched upon a bust of Pallas just above my chamber door —
Perched, and sat, and nothing more.
Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore.
"Though thy crest be shorn and shaven, thou," I said, "art sure no craven,
Ghastly grim and ancient raven wandering from the Nightly shore —
Tell me what thy lordly name is on the Night's Plutonian shore!"
Quoth the Raven, "Nevermore."
Much I marveled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,
Though its answer little meaning — little relevancy bore;
For we cannot help agreeing that no living human being
Ever yet was blest with seeing bird above his chamber door —
Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door,
With such name as "Nevermore."
But the raven, sitting lonely on the placid bust, spoke only
That one word, as if his soul in that one word he did outpour.
Nothing further then he uttered — not a feather then he fluttered —
Till I scarcely more than muttered, "other friends have flown before —
On the morrow he will leave me, as my hopes have flown before."
Then the bird said, "Nevermore."
Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken,
"Doubtless," said I, "what it utters is its only stock and store,
Caught from some unhappy master whom unmerciful Disaster
Followed fast and followed faster till his songs one burden bore —
Till the dirges of his Hope that melancholy burden bore
Of 'Never — nevermore'.
"But the Raven still beguiling all my sad soul into smiling,
Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird, and bust and door;
Then upon the velvet sinking, I betook myself to linking
Fancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore —
What this grim, ungainly, ghastly, gaunt and ominous bird of yore
Meant in croaking "Nevermore."
This I sat engaged in guessing, but no syllable expressing
To the fowl whose fiery eyes now burned into my bosom's core;
This and more I sat divining, with my head at ease reclining
On the cushion's velvet lining that the lamplight gloated o'er,
But whose velvet violet lining with the lamplight gloating o'er,
She shall press, ah, nevermore!
Then methought the air grew denser, perfumed from an unseen censer
Swung by Seraphim whose footfalls tinkled on the tufted floor.
"Wretch," I cried, "thy God hath lent thee — by these angels he hath sent thee
Respite — respite and nepenthe, from thy memories of Lenore
Quaff, oh quaff this kind nepenthe and forget this lost Lenore!"
Quoth the Raven, "Nevermore."
"Prophet!" said I, "thing of evil! — prophet still, if bird or devil! —
Whether Tempter sent, or whether tempest tossed thee here ashore,
Desolate yet all undaunted, on this desert land enchanted —
On this home by horror haunted — tell me truly, I implore —
Is there — is there balm in Gilead? — tell me — tell me, I implore!"
Quoth the Raven, "Nevermore."
"Prophet!" said I, "thing of evil — prophet still, if bird or devil!
By that Heaven that bends above us — by that God we both adore —
Tell this soul with sorrow laden if, within the distant Aidenn,
It shall clasp a sainted maiden whom the angels name Lenore —
Clasp a rare and radiant maiden whom the angels name Lenore."
Quoth the Raven, "Nevermore."
"Be that word our sign in parting, bird or fiend," I shrieked, upstarting —
"Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul hath spoken!
Leave my loneliness unbroken! — quit the bust above my door!
Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!"
Quoth the Raven, "Nevermore."
And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamplight o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted — nevermore!